TEU MEDO Eu sinto que me queres, mas o medo impera Em cada gesto teu e em todo grito oculto E enquanto tu contemplas meu humilde vulto Eu faço do teu vulto a minha primavera. Evitas me olhar e quando assim o fazes Não deixas que eu perceba, és por demais discreta E assim vamos comendo essa fruta secreta Nas ceias solitárias das paixões fugazes. Quando não me procuras saio à tua caça, Bebendo o negro fel na taça da desgraça Com a flecha da saudade me cortando o peito... E estás em cada gesto meu, cada atitude! Amar-te mais que devo é a maior virtude E não ter-te em meus braços, meu maior defeito... Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 13/10/2007
Alterado em 15/07/2011 |