Nizardo Wanderley

Cavaleiro Solitário

Textos


O VALOR QUE UMA MÃE TEM...

 

Não existe nesse mundo

Um carinho tão fraterno

Que cresce a cada segundo

Num sentimento tão terno

Quanto ao que uma mãe sente

Por sua prole imponente

Em seu doce céu materno.

 

O pai é coadjuvante

Dessa deusa combatente

Já que a mãe a todo instante

Mostra-se sempre valente

Em prol dos amados filhos

Retirando os empecilhos

E os guiando firmemente.

 

Não é à-toa que o homem

Logo cedo (na banheira)

Aflora em seu abdômen

A sua paixão primeira

Pela musa mais sagrada

E a jóia mais valorada

Pela nossa vida inteira.

 

Se o filho sofre ela chora

Ao vê-lo triste ela o embala

Quando a filha vai embora

Sua alma perde a fala

Pois pra defender os seus

Ela briga até com Deus

E arrisca o peito à bala.

 

Até na religião

Pouco se fala em "José"

Mas "Maria" é emoção

Caridade, afeto e fé

Carinho, afetividade,

Amor e felicidade,

Aconchego e cafuné.

 

Ao voltarmos à infância

Lembramos com exatidão

Do calor da discrepância

Que nos tirava a razão

Ao recebermos com ardor;

- Da nossa mãe o amor

E do pai o cinturão...

 

Essa grande alcoviteira

Faz tudo pra proteger

Sua ninhada fagueira

E não quer lhes ver sofrer

Ao ver o filho encolhido

Ela fala pro marido:

- Bata nele pra tu ver!

 

E "ai" dele se o fizer

Já que a greve é iminente,

Perde a esposa, a mulher,

Fica tudo diferente

Fazer sexo nem pensar

E vai calado chorar

Na cama que é lugar quente.

 

Mesmo idosa ainda brilha

Nunca perde o seu valor

Aconselha o filho, a filha,

Trata os netos com amor

Pouco importa genro ou nora

Ela está a qualquer hora

Da alegria ou da dor.

 

A idade vai chegando

E o seu coração sofrido

Aos poucos vai se cansando

Ficando mais dolorido

Até que um dia se vai

E a nossa alma se esvai

Junto ao corpo enrijecido.

 

É só aí que paramos

Pra relembrar com carinho

Daquela que tanto amamos

Em nosso sagrado ninho

E nosso peito dói tanto

Que parece vir no pranto

Pimenta, fel e espinho.

 

Vem a dor da consciência;

- Quem não nasceu pra errar?

Nós, filhos da indulgência

Nascemos pra aperrear

E vamos levar pra morte

A tristeza e a má sorte

De ter feito a mãe chorar.

 

O pai morre e a dor passa

Mas com a mãe é diferente...

Não há nada que desfaça

A pobreza que se sente

Ao ver seu maior tesouro

Deixado num morredouro

E sumindo eternamente.

 

Todas as mães partirão

Algum dia pro além

Levando em seu coração

A recordação de quem

Ficou na terra chorando

E só agora enxergando

O VALOR QUE UMA MÃE TEM...

Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 09/05/2008
Alterado em 09/05/2008


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