À REVELIA
A dor que se debruça em meus olhos vermelhos Senta-se no batente da desesperança Sentindo a tua falta feito uma criança Com os cotovelos rotos sobre os meus joelhos.
E nada me apetece e nem sequer socorre Um peito dolorido e a alma aberta em chagas No calabouço escuro de esponjosas pragas Lambendo um coração que à revelia morre.
A alma se definha e poucas vezes sonha, Tornara-se ignóbil, perdera a vergonha E parece gozar nessa ilusão fascista
Onde quanto mais sofre mais feliz se torna E quanto mais apanha mais ama e contorna Seus lábios no tesão do coito masoquista. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 09/05/2008
Alterado em 17/02/2015 |