Nizardo Wanderley

Cavaleiro Solitário

Textos


 O RUIM É FICAR CASADO...

Instituição falida
Que adoça ou amargura a vida
Dependendo do casal
Causando grande alegria
Tristeza ou desarmonia
Fazendo-nos bem e mal...
 
Na época do namoro
Não há briga, birra ou choro
Que lambuze os dois em fel
E os pombos vivem se amando
Sorridentes frequentando
Pizzaria e motel.
 
Ela vive depilada,
Linda, magra e escovada
Seduzindo o macho louco
E esse por sua vez
É cheio de timidez;
- Fala manso e bebe pouco.
 
Ele vive barbeado,
Passadinho e perfumado
Agradando à namorada
E ela super feliz
Vira-se pra ele e diz;
- Sou feliz e apaixonada.
 
Até que num belo dia
O amor vira agonia
E se acaba em um momento
Quando esses filhos da puta
Vão morar em uma "gruta"
Celebrando o casamento.
 
O primeiro ano é bom
E o segundo segue o tom
Do primeiro grande encontro
Depois do oitavo e nono
A impaciência e o abandono
Emolduram o desencontro.
 
Ele já tem uma amante
E reclama a todo instante
Por ela não ser tão bela,
Chega em casa embriagado
É grosso, mal educado
E peida na frente dela.
 
Ela vive no fogão
Sem lazer ou diversão
E em seu peito arde uma brasa
Perdida em seus desatinos
Vive em casa com os meninos
Fazendo o dever de casa.
 
Para somar na tragédia
Que parece ser comédia
Enaltecendo a malogra
Tirando o resto da paz
Aparece um satanás
Com o apelido de sogra.
 
Essa fera milenar
Acaba com qualquer lar
E destrói até quem ama...
É um calo na virilha
Pois quer ensinar a filha
Até como ser na cama.
 
Tem o aspecto tenro
Mas faz inferno do genro
E quer educar os netos...
Se essa triste for pro céu
Transforma Jesus em fel
E faz vários desafetos.
 
No inferno ela não entra
E se por acaso adentra
Disfarçada de mulher
Vai deixar cão indeciso
E acabar com o juízo
Do grão duque lúcifer.
 
Mas voltando ao casamento
Pense num grande tormento
Que vão viver amanhã...
E aos dez anos de casado
O homem é amaldiçoado;
- Pois ta comendo a irmã.
 
Aí entra a "peniqueira",
Menina nova, faceira
Cheia de mimo e carinhos
Com a carne bem novinha,
A bunda arrebitadinha
E os peitos bem durinhos.
 
A famosa secretária
É uma figura hilária
Honesta, sincera e boa
E eu digo com exatidão:
- Todas comem o patrão
Pra se vingar da patroa.
 
A velha esposa acabou-se...
O velho amor transformou-se
Numa eterna amizade
Levando junto o tesão
E deixando a obrigação
Pra fingir felicidade.
 
Surge então pra "amenizar"
A insolvência no lar
Que na vida se reflete
E já que ninguém mais fode
Vão buscar "toca de bode"
Nas páginas da internet.
 
Chifre hoje está na moda
E o cara nem se incomoda
Se está levando algum
É como bujão de gás
Se duvidar vá atrás;
- Em toda casa tem um.

Vejo em redes sociais
Apaixonados casais
Sem que nada os esfarrape
Mas a cadela vadia
Bota chifre todo dia
Através do WhatsApp.

Quando o cara está metendo
A fêmea se contorcendo
Diz: "Vai, painho, me come!"
Mas a infeliz diz isso
Com medo do reboliço
Se acaso trocar o nome

Ela o chama de paizão,
Touro brabo, garanhão,
Meu amado, meu galã...
Pra na hora de gozar
Não ter perigo de usar
O nome do "Pé-de-lã".

Quando os jovens se namoram
Em casas distantes moram
E cada um tem seu jeito...
O inferno vem depois
Com o pensamento dos dois:
"Vixe, como tem defeito..."
  
O homem também se acaba
E aqui acolá se caga
Fazendo do lar desgraça...
Flatulante feito um “fole”
E o cacete mole, mole,
Sob o efeito da cachaça.
 
Às vezes ela procura
Àquela “madeira dura”
Que lhe dá ânimos novos
Mas o “troço” embriagado
Com o “pau velho” cansado
Dormindo em cima dos ovos.
 
Aí entra o “Ricardão”
Boy novo, cheio de tesão
Com a barriga de tanquinho
Pra ser o coadjuvante
Do filme onde o amante
Faz o papel de mocinho.
 
O homem só pensa em jogo,
Vasco, inter, botafogo,
E competições internas...
Mas leva de goleada
Da mulher que vive “inchada”
Dos golaços entre as pernas.
 
A barriga dele cresce
O pênis desaparece
E só sobe de revés
Levanta e vai ao banheiro
E se não correr ligeiro
O mijo escorre nos pés.
 
E antes que eu me esqueça,
Cansaço, dor de cabeça,
Menstruação e queixumes.
Sepultam beijos, carinhos,
Rapidinhas e cheirinhos,
Matando até os ciúmes...
 
O cara quando é solteiro
Aparenta ter dinheiro
E diz ter nojo de puta...
Na casa da namorada
Nunca reclama de nada
E pra cagar é uma luta.
 
Chama a mulher de bichinho,
Burreguinha, coelhinho
Fora os nomes que ele inventa...
Quando casa os bichos crescem
E logo, logo aparecem
Vaca, cachorra e jumenta.
 
A mulher é vingativa
Esperta, amiga e ativa
Sempre estende sua mão
Porém quando está zangada
Vinga-se dando “chifrada”
E estourando o cartão.
 
No namoro, todo dia
Tem festa, tem alegria,
E o afago corriqueiro
Quando casa é diferente
E ouve diariamente:
- Pra quê tu queres dinheiro?
 
- Faço feira e estou em dia
Com água, luz e vigia,
Pois sou homem de atitude...
Zelo pelo meu domínio
Pago também condomínio
E o teu plano de saúde.
 
Ela com a mão na cintura
Diz: - Grande merda, quem atura
Tua nojenta família
Sou eu e tenho que rir
Pra tua mãe e fingir
Que a acho uma maravilha.
 
Sou eu quem faz a comida,
Organiza a tua vida
E teus repentes de louco
Pois seu eu fosse gente ruim
Tu não se trepava em mim
E andava feito um porco.
 
Bem, são essas discussões
Que geram mil confusões
Tornando um clima nojento
Transformando o louco amor
Em partículas de dor
E fodendo o casamento.
 
Logo nos primeiros dias
Com taras e fantasias
Transam com insensatez
Com o tempo perdem o nexo
E nem falam mais em sexo
- Dão “uma” de mês em mês...

Resumindo meu artigo
Preste atenção no que eu digo
Sem medo de estar errado
 E veja bem que é assim;
- Casar-se não é ruim
O ruim é ficar
casado...
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 24/04/2008
Alterado em 29/06/2014


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