FORA DO AR...
Fazendo u’a assepsia na’alma que navega
Em águas obscuras e sem direção,
A musa mergulhada na introspecção
Desvia-se do amor e à doação renega...
Fugindo de si própria e em labirintos ermos
Dá voltas ao redor do corpo sem notar
Que enquanto o seu lirismo está fora do ar,
Seu corpo permanece à sombra dos enfermos.
Palavras ditas, beijos, mimos e agrados
Não podem penetrar nos seus olhos blindados
E jamais servirão de abrigo em seu descanso...
A boca que lançava mel quando beijava
Travou-se, e aquele corpo quente hoje se trava
N’um frio coração fechado pra balanço.
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 13/11/2007
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