ESPECTRO
Inerte, perambula o féretro insepulto Como uma folha seca que o vento dirige E a sua alma trôpega chora e se aflige Com a aparência fúnebre do próprio vulto. Seu silêncio gritante, arfante e sepulcral Ecoa no explendor dos páramos sidéreos Aonde os urubus em seus passos funéreos Espreitam-lhe a carcaça na marcha final. E assim, enfim, é o fim do mestre do fracasso Que viu em seu destino inóspito e devasso Seus sonhos mais simplórios serem destruidos E em porões camuflados sob os labirintos Foram tragados pelos fantasmas famintos Dos pútridos amores não correspondidos. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 18/02/2021
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