RÉU DE AMOR
U’a alma despeitada com o que em nós havia,
Vestiu-se de cordeiro e agiu como serpente
Plantando entre nós dois a crucial semente
Da discórdia, gerado frutos de agonia.
E eu, um pobre réu inocente e simplório,
À revelia fui sumariamente exposto,
Sentindo o teu veneno cuspir o meu rosto,
Sem a ampla defesa nem contraditório.
Reergui-me das cinzas e hoje estou refeito!
Que pena que carregues dentro do teu peito
O remorso que destruiu tua decência...
E a mesma alma insana que de mim roubou
Teu ser, posteriormente foi quem te lançou
Às celas infernais da tua consciência...
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 21/10/2007
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