RESTO DE VIDA
Se resta em teu viver um pouco de piedade E algum resquício de honra em ti (horrenda ilha) Resgate esse molambo humano da armadilha Erguida com as estacas de pranto e saudade. Não deixes perecer à míngua quem te deu Um amor emoldurado com tamanho apreço Que o fez morrer em vida e pagar alto preço Por tudo que ofertou e nada recebeu. Segure firme a mão do escravo da demência E afaste da sarjeta, ao menos por clemência Esse fétido Ser, que outrora foi teu dono Por isso cumpre, inerte, a dolorosa pena Na jaula catastrófica que a alma lhe empena E o lacra no sepulcro imundo do abandono. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 01/04/2019
Alterado em 04/04/2019 |