MARCHA FÚNEBRE
Às vezes meu desejo de acabar com tudo
Afronta o criador que chora e se entristece
Diante desse filho que sofre e padece,
Querendo exterminar seu próprio conteúdo...
Os mesmos companheiros que me avistam rindo
Nos bares, nos bordeis e em noites de inquietude,
Serão os mesmos que diante do ataúde
Dirão num coro só - Parece estar dormindo!
Não sei o que me prende ainda nesse mundo,
Se vivo num secreto gueto, tão imundo,
Clamando pra que eu ceife tão podre existência ...
Se ninguém pode ouvir meus gritos de socorro
E a cada novo dia um pouco mais eu morro
À mingua, nos porões da minha consciência...
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 05/09/2007
Alterado em 22/07/2014 |