Nizardo Wanderley

Cavaleiro Solitário

Textos


A PORTA

Talvez eu verta sangue dos olhos, não importa!
Contanto que eu desbrave o mistério do prado
Que em cores verdejantes fica do outro lado
Da fascinante e quase intransponível porta.

E o coração castiço, em jovial impulso
Arrisca-se no vácuo, na árdua tentativa
De amar e ser amado, e assim, manter-se viva
A chama consonante que lhe nutre o pulso.

E se esse for mais um terrível despautério
Dou-me por saciado, já que tal mistério
Foi desvendado, e enfim, a alma se conforta

Melhor morrer nos braços de uma paixão fria
Do que viver no espírito da covardia
Que desonrou-lhe à vida ao lhe afastar da porta.
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 22/01/2007
Alterado em 28/08/2014


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