A PORTA
Talvez eu verta sangue dos olhos, não importa! Contanto que eu desbrave o mistério do prado Que em cores verdejantes fica do outro lado Da fascinante e quase intransponível porta. E o coração castiço, em jovial impulso Arrisca-se no vácuo, na árdua tentativa De amar e ser amado, e assim, manter-se viva A chama consonante que lhe nutre o pulso. E se esse for mais um terrível despautério Dou-me por saciado, já que tal mistério Foi desvendado, e enfim, a alma se conforta Melhor morrer nos braços de uma paixão fria Do que viver no espírito da covardia Que desonrou-lhe à vida ao lhe afastar da porta. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 22/01/2007
Alterado em 28/08/2014 |