A PLÁSTICA...
Tenho uma amiga vaidosa Que ao sentir-se desditosa Com a ação do tempo perverso, Recorreu à cirugia, E eu vou tentar com alegria Colocar aqui, em verso. Tinha sido mãe tres vezes E fazia sete meses Que ela havia notado Um certo excesso de "couro" Caído sobre o "tesouro" Outrora tão cobiçado. Me disse desesperada Que Aquela pele arreada Lhe deixava entristecida, Pois quando se depilava, O "couro" se debruçava, Por cima da "perseguida'. Após mais de vinte exames Entre angústias e vexames, Ansiedade e agonia... Estava emocionada Pois se encontrava deitada Na mesa de cirurgia. Puxa aqui, estica ali, E o ligeiro bisturi Trabalhava feito um touro Sem trapaças nem demoras E em desenove horas Tirou "dois baldes" de couro. Corrigiu cada defeito, Botou bunda, cortou peito, Deixando tudo no "eixo" Varizes cauterizadas... E removeu às papadas Que tinha embaixo do queixo. O couro dela tirado, Fora todinho levado Em um caminhão-caçamba Pro nosso "Rio" querido Onde foi distribuido Entre as escolas de samba. Um sambista disse a mim Que cobriu um tamborim E mais de trinta pandeiros, Com o couro do meu benzinho E inda sobrou um pouquinho Pra encher uns travesseiros. Minha amiga é outra dama! Me disse que hoje se ama E o coração tá decente Porque removeu um dia O couro ruim que cobria A "fôrma de fazer gente". E hoje ao lhe visitar Quando eu fui lhe beijar Eu achei algo incomum Pois de lado do pescoço, Acima daquele osso, Senti um cheiro de atum. E olhando discretamente, Vi um corte diferente No sentido vertical, Com uma cor de carmim Mostrando a língua pra mim, Molhada na horizontal. Vi um fiapo saindo E então fui descobrindo A razão e o porquê Do cheiro tão apurado Pois o barbante babado Era a pontinha do "OB". Eu sei que a evolução Confere ao cirurgião Fazer tudo que quiser, Mas não lhe dá o direito De por acima do peito, A vagina da mulher. (Nizardo) Poesia registrada. Xerinho.
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 09/01/2007
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