O DILEMA DE SER PAI...
A vida é coisa divina E floresce a cada dia Tornando mais cristalina A tênue filosofia De que amar e ser amado É mais que um sonho encantado No berço da fantasia. Brincamos quando criança Nas asas celestiais Alimentando a esperança De não sofrermos jamais E sermos sempre guardados, Protegidos e adorados Por nossos sagrados pais. Mais um dia nós crescemos E passamos a trilhar Um caminho que escolhemos E nada pode mudar Essa nova trajetória Que transforma a nossa história E nos seqüestra do lar. - Pai e mãe ficam pra traz! (Uns até abandonados) Seus filhos seguem em paz Para o mundo dos casados Onde a esposa ou marido Tem um lugar garantido No lugar dos pais amados. Quando o filho nasce é festa! O pai morre de alegria A mãe se envolve e detesta Quem brinca com ironia O coloca embaixo d’asa E o melhor quarto da casa É doado à sua cria. Quando cresce, o filho errante De tudo se aborrece, Com os pais fica intolerante E certamente se esquece De quem lhe ofertou a vida, Deu-lhe refúgio, guarida E fez dele a sua prece. Seu pai velho e adoentado Locomovendo-se mal... Por estar esclerosado Não conversa tão “normal” E o filho em desprezo pleno O põe num quarto pequeno Lá no fundo do quintal. Ter filhos é um investimento Complicado e duvidoso Já que o amado rebento Além de ser oneroso Pode ser tudo de ruim Por vezes causando o fim Daquele pai fervoroso. Aos filhos mais dedicados Deixo aqui o meu respeito E àqueles desajustados Que nasceram com defeito Digo-lhes de antemão: - Um dia vocês irão Sofrer o mesmo despeito! Ao meu filho ofertarei Todo amor e devoção E por certo tentarei Dar-lhe boa educação Pra que eu não perca meu sono Sendo um velho cão sem dono Jogado na escuridão. Se o futuro me ofertar Um mau filho, insano e ingrato, Quero com Deus conversar E a ele propor um trato; - Antecipe a minha morte, Caso contrário, a má sorte Arruinara-me – E eu me mato! Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 26/08/2010
|