Nizardo Wanderley

Cavaleiro Solitário

Textos


MÃE É AQUELA QUE CRIA
 
Como poeta que sou
Rimando no dia-a-dia
Tudo que Deus reservou
Em sua sabedoria
Ajudou-me a entender
Que em nosso triste viver
Mãe é aquela que cria.
 
Minha mãe muito devassa
Só pensava em putaria,
Zonava e achava massa
A vida de boemia
Foi assim que eu entendi
A frase que eu sempre ouvi:
- Mãe é aquela que cria!
 
Eu morava com um avô,
Minha avó e minha tia,
Mamãe era um bibelô
Que só pensava em folia
E minha avó reclamava;
- Essa de mãe não tem nada,
Mãe é aquela que cria.
 
Foi aí que entrou “Tetê”,
A minha adorada tia
Que transformou-se em dublê
De mamãe que não fazia
Nada de bom pelo filho
Que usava o estribilho;
- Mãe é aquela que cria...
 
Teresinha de Jesus
É o nome da minha tia
Que abraçou a árdua cruz
Da minha mãe “fantasia”
E nos deu educação
Justificando o bordão:
“Mãe é aquela que cria”.
 
Minha tia dava dois
Expedientes ao dia
E inda dava outro depois
Com os “filhos de Maria”
E é por isso que a amamos
E sempre justificamos;
- Mãe é aquela que cria!
 
Cuidava do pai doente
No leito de agonia
Nunca fugiu do batente
E nem se arrependia
De cuidar deste que berra:
- Deus no céu e ela na terra,
Mãe é aquela que cria.
 
Se tu tens mãe adotiva
Trate-a com muita alegria
E peça a Deus que ela viva
Mil anos e mais um dia,
Pois a mãe que te gerou
Na verdade defecou;
- Mãe é aquela que cria!
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 29/06/2009
Alterado em 29/06/2009


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