CORTEJO FÚNEBRE
Nas visões cruciais das casas funerárias Eu vejo a toga que vestir-me-á por certo Levando-me ao sombrio e horrífico deserto Incerto e desastroso em pragas secundárias. E o homem que ali vive à custa de outras vidas Será o mesmo que medir-me-á sem pena Usando em suas mãos a tenebrosa trena No féretro, tirando as últimas medidas. E o ataúde segue inerte e irrisório Rumo às hipocrisias (normais n’um velório) Sob um coral de choro num balé estático E o animal que outrora fora alguém na história Virará lama podre, sem cor nem memória Contaminando a alma do lençol freático. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 16/08/2008
Alterado em 02/11/2014 |