TREVA E DOR
Teus beijos desgraçados tornaram-se um vício
E os teus abraços, mesmo frios, me amputaram
Os membros, que em falências múltiplas tombaram
E me atiraram nesse imenso precipício.
E mesmo nesse mar de adagas cruciantes
Que rasgam minhas carnes e o meu sangue espalha,
A minh’alma não teme o gume da navalha
E chama por teu nome em todos os instantes.
És tu em minha vida a chaga que mais dói
E o osso mais cruel que a minha boca rói
Na lembrança que embala o irrequieto sono
Daquele que se deita na cama de dor
Usando o travesseiro frio do dissabor
E cobre-se com o manto do teu abandono!
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 28/06/2008
Alterado em 22/02/2015 |