PENA MÁXIMA
Padece quem se torna escravo da saudade
Causada pela perda súbita de alguém
Que um dia lhe causou inexorável bem
E hoje lhe rega à planta da infelicidade.
Definha-se em tormentos quem perdeu amores,
Tal qual a espada aguda, astuta e impiedosa
Que ao remover espinhos também fere a rosa,
Matando-a lentamente num jardim de dores.
E essa palavra horrenda, ferida trissílaba,
Faz-nos morrer sem pronunciarmos u’a sílaba
Que cause comoção ao carrasco ilusório
Sentenciando-nos à sombra da masmorra
Chicoteando a alma até que a mesma morra
Sem ter ampla defesa nem contraditório. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 23/05/2008
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