CÃO SEM DONO
Sonhando a noite inteira com a imagem tua Acordei soluçando de mágoa e saudade E fui cambaleante andar pela cidade Até chegar em frente à casa que foi tua. Sentei-me no batente e com os olhos vermelhos Verti copiosamente meu choro rasgado Num um grito horripilante, quase que engasgado Que formou uma cascata sobre os meus joelhos. O tédio e a sensação terrível de impotência Lançaram-me nas covas rasas da demência E o epitáfio assim dizia: “Cão sem dono” Ceifando sem clemência o que sobrou da vida De quem adoeceu com a dor da tua ida E morreu nas procelas do teu abandono. Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 24/04/2019
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