PAI NOSSO
Felizes dos que tem pai Essa alma tão querida Quando em prantos tu te esvai Ele vem te dar guarida E será teu protetor Oferecendo-te amor Pro resto de tua vida. Hoje em dia a mocidade Troca o pai pelo amigo E aplica a deslealdade Àquele que andou consigo E muitas vezes termina A vida em cima de urina E esquecido num abrigo. O filho - Hoje opressor Será o pai amanhã E terá a mesma dor Do que outrora era seu fã E embargará sua fala Agarrado a uma bengala Que será seu talismã. Valorize esse cansado Ser, que de tudo reclama É chato e desalinhado Mas no fundo ele te ama Aproveitai os momentos E dedicai sentimentos A quem seu amor proclama. Seja-lhe grato e deseje Saúde e longevidade Agarre esse cara, beije Chore e aperte à vontade Porque um dia, mais tarde Teu peito que hoje arde Vai derreter de saudade. Tudo que a vida te deu Um dia virá pedir De volta e será só teu O "Déjà vu" que existir Da tua mãe, do teu pai E essa saudade que vai Fazer-te chorar e rir. Não espere que a morte Arrebate esse simplório Homem de fibra e sem sorte De valor tão irrisório Que só terá relevância Explanada em abundância Pelos falsos, no velório. Não tive pai e comi O pão que o "djabo" amassou Tudo de ruim eu sofri Todo mundo me espancou Vivia em busca de abrigo Pobre menino, mendigo Que no mundo SE FORMOU. Hoje eu sou pai e procuro Dar sempre o melhor de mim Não sou perfeito mas juro Que vou morrer sendo assim Protegendo sem temores Meus filhos que são as flores Mais lindas do meu jardim. E quando mais tarde a dama Da foice, vier buscar Esse velho de pijama Em sua mão vou pegar E dizer: "vamos, querida, Minha missão foi cumprida, Deus me dê um bom lugar!" Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 16/12/2017
Alterado em 16/12/2017 |