Nizardo Wanderley

Cavaleiro Solitário

Textos


À REVELIA

 

A dor que se debruça em meus olhos vermelhos

Senta-se no batente da desesperança

Sentindo a tua falta feito uma criança

Com os cotovelos rotos sobre os meus joelhos.

 

E nada me apetece e nem sequer socorre

Um peito dolorido e a alma aberta em chagas

No calabouço escuro de esponjosas pragas

Lambendo um coração que à revelia morre.

 

A alma se definha e poucas vezes sonha,

Tornara-se ignóbil, perdera a vergonha

E parece gozar nessa ilusão fascista

 

Onde quanto mais sofre mais feliz se torna

E quanto mais apanha mais ama e contorna

Seus lábios no tesão do coito masoquista.

Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 09/05/2008
Alterado em 17/02/2015


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