Nizardo Wanderley

Cavaleiro Solitário

Textos


CORTEJO FÚNEBRE

Nas visões cruciais das casas funerárias
Eu vejo a toga que vestir-me-á por certo
Levando-me ao sombrio e horrífico deserto
Incerto e desastroso em pragas secundárias.

E o homem que ali vive à custa de outras vidas
Será o mesmo que medir-me-á sem pena
Usando em suas mãos a tenebrosa trena
No féretro, tirando as últimas medidas.

E o ataúde segue inerte e irrisório
Rumo às hipocrisias (normais n’um velório)
Sob um coral de choro num balé estático

E o animal que outrora fora alguém na história
Virará lama podre, sem cor nem memória
Contaminando a alma do lençol freático.
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 16/08/2008
Alterado em 02/11/2014


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